Harry Potter and the Deathly Hallows parte 1

11-03-2011 19:50

 

 

Com a chegada de mais um filme do feiticeiro mais famoso do mundo, Harry Potter and the Deathly Allows parte 1, o mundo dos muggles entra mais uma vez em êxtase  e as salas de cinema voltam a esgotar, deixando muitos à beira da loucura por não conseguirem um bilhete. Dos mais pequenos aos mais crescidos, passando pelos pais de muitos dos fãs, ninguém quis faltar ao princípio do fim desta aventura. Mas depois do livro ter sido adaptado para filme e de este ser reproduzido em cinema, eis que chega a vez das consolas receberem Harry Potter e os seus últimos feitiços antes dos desfecho da saga. A EA Games volta a trazer-nos Harry PotterRon WeasleyHermione Grangerna sua demanda para terminar o domínio de lord Voldemort.

Desde os primeiros videojogos de Harry Potter que a EA tem sido a responsável por nos trazer o mundo mágico até ás consolas ou PC. A evolução nos videojogos de Harry Potter é bem visível ao longo dos anos em vários aspectos, sendo ainda possível verificar que o estilo de jogo também muda consoante o ambiente da história. Tal como nos primeiros filmes, os jogos iniciais privilegiavam a exploração do mapa e tinham pouco espaço para lutas ou duelos. Em Harry Potter and the Philosofal Stone, como era o primeiro jogo, acção era quase inexistente, sendo quase um jogo de plataformas. As várias missões baseavam-se em chegar a um certo sítio e as poucas oportunidades de combater era contra gnomos ou contra os bosses. O momento de viragem nestes jogos, aconteceu logo em Harry Potter and the Deathly Allows parte 1, aproveitando os duelos entre os alunos para introduzir os primórdios dos combates actuais. Hoje em dia os jogos de Harry Potter já têm mais acção, sendo já quase shooters (de feitiços e encantamentos), estando assim de acordo com a realidade de Harry Potter.

Mas falando de Harry Potter and the Deathly Allows parte 1. O jogo tenta reproduzir, na medida do possível, a história do filme, mas nem sempre isso acontece. Em algumas situações, os cenários estão diferentes do se viu no filme, mas essa diferença deve-se a permitir um cenário mais limpo ou que torne algumas situações mais desafiantes e, isso é compreensível. O que não se admite num jogo sobre um filme é que a história desse mesmo filme seja alterada, o jogo conta com várias missões inventadas que não têm lugar nem no filme nem no livro. O único ponto positivo deste fail acaba por ser o facto  disto prolongar a longevidade do jogo. Fora isto, irás encontrar níveis de acordo com o mundo mágico de Harry Potteronde terás de dar uso às tuas varinhas, poções e ao manto da invisibilidade. Ao usares o manto, notarás que a EA apostou em adicionar alguns pormenores que não existiam nos primeiros jogos, como o facto de teres um barra triangular que te indica o quão perto estás de seres descoberto.

Isto leva-nos à questão da AI que nem sempre é a melhor e que deixa transparecer os seus erros, principalmente, quando estamos a usar o manto da invisibilidade. Supostamente o manto da invisibilidade torna quem estiver debaixo dele invisível, porém quando se usa o manto em Harry Potter and the Deathly Allows parte 1 as outras personagens seguem-te com o olhar. Mas esta não é a única deficiência que o jogo apresenta a este nível, porque mesmo quando estás a fazer barulho num sítio onde não está ninguém, a barra continua a “descer”. O que também falha aqui é a forma como te encontram, podes ser encontrado quando vais contra alguém (o que faz sentido) e quando a barra triangular chega ao fim (o que por vezes não faz sentido). A barra pode chegar ao fim sem que estejas ao pé de ninguém e nesses casos, como por magia, deixas de ter o manto da invisibilidade e todos te encontram. Sim, estamos num mundo mágico mas a lei da propagação do som continua a mesma, portanto quando não estamos ao pé de ninguém não devíamos ser ouvidos, nem devíamos perder o manto da invisibilidade por fazermos muito barulho.

Mesmo com estes provocadores de azia, o jogo acaba por nem ser assim tão mau, principalmente para os fãs de Harry Potter. Os fãs que estão à espera de pegar no seu feiticeiro favorito e derrotar alguns death eaters vão com certeza gostar deHarry Potter and the Deathly Allows parte 1 pois é isto que o jogo nos trás do princípio ao fim.

Os gráficos estão bem longe dos encontrados nos jogos de hoje em dia, percebe-se com facilidade quais são as personagens, nota-se as semelhanças deles mas ainda falta um longo trabalho para que estejam quase iguais. Por exemplo, o Ron Weasley tem “traços” de zombi, aHermione Granger parece que toma esteroides e o Harry Potter parece ter-se descuidado na alimentação, ah e falta-lhe a cicatriz. As texturas do chão e dos objectos estão mal conseguidas, não apresentando os relevos necessários, mesmo com os gráficos no máximo a diferença é mínima. Contudo esta desvantagem nos gráficos acaba por ser compensada  por alguns pormenores que acabam por trazer alguma sensação de realismo.

O vento é um factor que está bastante presente no jogo, pode ver-se papéis a voar, o cabelo e algumas peças de roupa a moverem-se com o vento, e ainda árvores e arbustos a abanar. Assim tem-se um pouco a sensação que não estamos num mundo artificial e o facto das nuvens estarem em constante movimento apenas ajuda nesse aspecto. Um pormenor interessante é facto do ecrã ficar com gelo quando estamos próximos de dementors, o que faz todo o sentido se conhecermos as características destes monstros.

As vozes são as dos actores, os sons e a música são os mesmos dos filmes dando aos fãs alguma familiaridade com o jogo. Vais poder ouvir os heróis e os vilões a invocar os seus feitiços e ainda a dialogar entre si, tal como no filme.

Harry Potter and the Deathly Allows parte 1 não é um jogo muito complexo, temos um botão para fazer feitiços, um para apontar com mais precisão e outro para defender, mas se quiseres ser mais perfeccionista podes usar os objectos para te esconderes atrás deles. Quando estamos em níveis em que temos de usar o manto é que a jogabilidade não é tão boa, tal como referido anteriormente. Mesmo quando pões o manto em frente aos inimigos e te escondes de seguida, eles sabem onde estás, apenas porque puseste o manto à frente deles. Caso não 
tenhas prestado atenção e não saibas o que tens de fazer podes ainda invocar uma espécie de encantamento que te mostra o caminho a seguir e por isso acaba por nem ser muito complicado. O sistema que te permite mudar de feitiço é muito semelhante ao deAssassin's Creed, podes alternar o feitiço rodando o botão do meio do rato ou clicando neste, pausando o jogo, permitindo-te escolher o feitiço com mais calma e sem que estejas a ser atingido enquanto o fazes. 

As animações, essas não estão muito boas mas conseguem cumprir em grande parte de acordo como a realidade Harry Potter.

Numa presentação mais sombria, contrastando com os primeiros jogos de Harry Potter, o jogo acaba por estar mais uma vez de acordo com a evolução observada nos filmes e livros.  Este aspecto acaba por aproximar os fãs deHarry Potter (filme e/ou livros) ao videojogo o que o torna recomendado para esse público em específico. É possível que os gamers mais hardcore não se sintam muito à vontade neste jogo, ou mesmo os mais casuais podem já não estar tão atraídos pelos jogos de Harry Potter, pois neste momento o jogo encontra-se num espaço nãohardcore e não casual, situando-se no lusco-fusco.